Para anunciar o currículo e permitir o acesso a seus bancos de dados, o candidato tem que fazer uma assinatura do serviço. Ou seja, precisa fornecer o número de uma conta corrente ou de um cartão de crédito, mesmo que, nos primeiros sete dias, o serviço seja gratuito. Se, nesse período, o trabalhador desistir de manter as suas informações nos cadastros das empresas, pode requisitar o cancelamento do registro sem qualquer ônus. Mas não é bem assim que o negócio funciona. Há um grande número de pessoas que recorreram ao serviço gratuito, mas, no meio do caminho, pediram o bloqueio do registro, só que foram obrigados a pagar pelo que não usaram. As empresas debitaram mensalidades indevidas na conta corrente ou no cartão de crédito.
Foi o caso de Davisson Roberto Bezerra Santos, 29 anos, consultor financeiro desempregado. Mesmo com o acesso aos registros da Manager suspenso e a garantia da agência de que não seria cobrado pelo serviço, ele foi surpreendido com uma fatura debitada na conta corrente de sua mulher, Daniela. "Tomei um susto. Pegamos o extrato e lá estavam os R$ 113 cobrados pela Manager", disse. Durante o período gratuito, ele acessava o site todos os dias. Mas a vaga que tanto ansiava não apareceu. "Esses sites de empregos se aproveitam de nossas mazelas para ganhar dinheiro fácil", desabafou.
Davisson procurou insistentemente a Manager para ter seu dinheiro de volta. Chegou, inclusive, a receber e-mails da empresa dizendoque o serviço havia sido cancelado no período de gratuidade e que ele seria reembolsado. "Há 15 dias a Manager prometeu devolver meu dinheiro, mas, até agora, não recebi nada", afirmou. Procurada pelo reportagem, a agência encaminhou um e-mail demonstrando as "facilidades" encontradas pelos candidatos para cancelar a assinatura. Não assumiu, porém, o erro no caso do analista financeiro desempregado.
Diario de Pernambuco - 19.08.2009
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