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quarta-feira, 3 de junho de 2009

Sistema de gestão eficiente protege aqueles que lidam com eletricidade

Sem a eletricidade, o desenvolvimento humano e socioeconômico não teria avançado tanto no último século. É essa energia que impulsiona pesquisas científicas e melhora nossa qualidade de vida por meio de novos equipamentos, possibilitando tratamentos médicos, facilitando nossa comunicação. No Brasil, a “indústria da energia elétrica” conta com 220 mil trabalhadores (próprios e terceirizados). Apesar dos diversos riscos que envolvem o setor, as estatísticas de acidentes relacionadas ao trabalho estão sinalizando melhorias em alguns pontos. A Fundação Coge, que conta com 64 empresas instituidoras, responsáveis por mais de 90% da geração, transmissão e distribuição da energia elétrica no Brasil, apresentou seu Relatório Estatístico no 6º Seminário Nacional de Segurança e Saúde no Setor Elétrico Brasileiro (Sense), realizado em abril, na Bahia. A Fundação registrou a ocorrência de 805 acidentes com afastamento durante o ano de 2008, resultando em 75 óbitos. A análise tomou por base 76 empresas, totalizando 95.000 trabalhadores próprios e 126.000 terceirizados. “Os números do setor elétrico apresentados pela Fundação mostram uma discreta redução no número de acidentes com afastamento. Por outro lado, revelam um número estável e preocupante de acidentes fatais no período posterior à atualização da NR-10”, destaca o auditor fiscal da SRTE/SP, engenheiro Joaquim Gomes Pereira, que coordena a Comissão Permanente Nacional sobre Segurança em Energia Elétrica do Ministério do Trabalho e Emprego (CPNSEE/MTE).
As estatísticas de acidentes com trabalhadores do setor de energia elétrica também demonstram que, tanto a taxa de frequência quanto a de gravidade, estão decrescendo ao longo dos anos. “A boa notícia não é sem motivo, mas uma consequência direta de investimento nos programas de saúde e segurança. Dados apurados pela Fundação Coge mostram que a taxa de gravidade caiu de 719 em 2006 para 538 em 2007, o menor índice desde 1997. Em 2008, as taxas de frequência de acidentados próprios e contratados decresceram, estando desde 2006 em patamares inferiores à última década. A taxa de gravidade de acidentes com empregados próprios teve um ligeiro aumento, mas a taxa de gravidade das contratadas continuou a cair. E a tendência da curva é continuar em queda, uma vez que os investimentos na prevenção estão em alta. As companhias entenderam que evitar a tragédia é muito mais barato do que arcar com os custos dos acidentes”, avalia o engenheiro Cesar Vianna Moreira, gerente de segurança e saúde da Fundação.
Para ele, um dos índices que comprova a melhoria das condições de trabalho no setor elétrico é o número de horas de trabalho perdidas. Em 2007, as empresas perderam 870.048 horas em decorrência de acidentes com lesão, um valor 24% menor do que o de 2006, quando as companhias contabilizaram 1.152.144 horas perdidas. Mesmo assim, as horas perdidas em 2007 representaram um ano inteiro de operação de uma empresa do porte da Companhia Sul Sergipana de Eletricidade, por exemplo.
De acordo com o levantamento da Fundação Coge, o custo dos acidentes no setor elétrico brasileiro chegou a R$ 532.523.754. Para se ter uma idéia, o montante representa o investimento necessário para a construção de oito Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) de 30 MW cada, que poderiam atender a uma demanda de cerca de 1,25 milhão de habitantes. “Contudo, o setor elétrico, que já estava preocupado em atender à legislação trabalhista e à previdenciária, reduziu todos os seus indicadores. O contingente de pessoal aumentou, a exposição ao risco foi maior e ainda assim foi possível reduzir o número de acidentes. Um dos fatores que estão ajudando a melhorar esse cenário em muitas empresas é a implementação de sistemas de gestão de SST”, destaca Cesar Vianna.
Confira a matéria na íntegra, na Revista Proteção de junho, edição 210

Fonte: Revista Proteção - 2/6/2009

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